Na infância, aprendemos que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. No entanto, os ensinamentos repassados dão espaço aos questionamentos acerca do ciclo da vida, especialmente para o tema morte. “Por que eu nasci, se vou morrer” e “Por que os mais velhos partem antes que os mais novos” são alguns dos apontamentos feitos pelas crianças.
À medida em que vamos amadurecendo, as explicações sobre as etapas da vida vão surgindo naturalmente, de acordo com as experiências sociais vivenciadas no dia a dia. Mas, de acordo com a psicóloga do Luto, Carolina Medeiros, é importante educar para a morte ainda nos primeiros anos de vida, para que a criança cresça sabendo que morrer faz parte da manutenção da vida.
“Sentir dor, desespero, tristeza, raiva, lembrança e saudade são comuns quando falece um ente querido. E falar sobre morte com a criança significa educar os sentimentos, de maneira que o menino ou a menina aprendem a superar com naturalidade os danos provocados pela perda”, avalia a especialista.
Embora não haja receita sobre a maneira como a família deva tratar o assunto com os juvenis, é importante ficar atento a alguns detalhes. “A criança é muito sincera. Se ela faz uma pergunta inusitada, é interessante respondê-la com sinceridade, pois é na infância que o caráter é formado. Mas também não espere que os pequenos perguntem para poder falar sobre morte”, orienta a psicóloga.
Ao conversar, tente usar situações do cotidiano. “Todos os dias, pessoas nascem e morrem. Não tem problema querer recorrer às animações. Em alguns desenhos animados, há personagens que morrem durante a trama. Este momento é o ideal para falar abertamente com a criança. Se ela chorar, tudo bem. Aos poucos, o conhecimento disseminado será absorvido. Mas tudo parte da vivência”, opina Carolina Medeiros.