Pelo menos 35 mil pessoas passaram pelos cemitérios Morada da Paz no Rio Grande do Norte e Pernambuco no último sábado (2), Dia da Lembrança.
A programação contou com missas, palestras espíritas e cultos, além de ações culturais com espaço para crianças, roda de conversa, yoga e oficinas artísticas. Houve também espaço pet e a exposição Cores da Memória, com telas produzidas por pessoas que buscaram expressar seus sentimentos de luto por meio da pintura. “Seja no momento da despedida ou da visita, as pessoas vêm encontrar com quem se ama. Então, aqui promovemos esses momentos de conexão. Esse é o nosso universo”, explica Ibsen Vila, diretor do Grupo Morada.
Apenas o cemitério Morada da Paz, em Natal, por exemplo, recebeu cerca de 15 mil pessoas no sábado. No cemitério do grupo localizado em Emaús, estão sepultados 16,4 mil pessoas. Entre elas, estão os pais de Lúcia Lima de Araújo, dona de casa. “Eram duas pessoas que eu amava muito, aqui eu sinto que eles estão muito presentes na minha vida. Duas vezes por mês eu venho para aliviar a saudade”, disse.
Manter viva a memória dos que já partiram pode não diminuir a saudade, mas ensina a lidar e a lembrar dos entes queridos com carinho. É assim que Whasingtoin Luiz Carvalho de Souza, empresário, busca homenagear seus pais já falecidos. “Vir ao cemitério em Finados é uma forma de manter viva a memória deles. Alguns dizem que aqui não tem mais nada, pois é só a matéria. Eu não concordo, pois tem o sentimento”.
Este ano a campanha central da programação tem como tema “Jardim de Memórias”, em que os visitantes são convidados a entender a importância de contemplar, refletir e relembrar as pessoas queridas, sendo o Jardim um espaço para essas experiências, nas unidades do Morada da Paz Emaús, Zona Norte, Caicó e Paulista.
Com o Dia da Lembrança, a proposta do Grupo Morada é ampliar a experiência das famílias e promover o cemitério como um local de convivência e de encontros. “O Morada já nasceu com essa ideia de ser um local mais convidativo, em que as pessoas se sintam bem em visitar, sendo um espaço para encontros e reencontros. Seja no momento da despedida ou da visita, as pessoas vêm encontrar com quem se ama. Então aqui promovemos esses momentos de conexão. Esse é o nosso universo”, explica Ibsen Vila, diretor do Grupo Morada.
No Cemitério e Crematório Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife cerca de 10 mil pessoas circularam no local durante todo o dia. Em homenagem aos entes que morreram, famílias visitaram os jazigos, entregaram flores e fizeram orações. As missas foram celebradas pelo padre Hélio Nascimento. “Hoje participando dessa santa missa o motivo principal é agradecer a Deus pelo tempo que os entes queridos conviveram conosco. Cada um relembre deles com amor e carinho. Essas pessoas jamais deverão ser esquecidas”, falou o padre.
A programação também contou com palestras e roda de conversa conduzida pela Psicologia do Luto do Grupo Morada que auxilia no suporte aos que perderam uma pessoa querida, ajudando a entender que o sofrimento e a saudade são sentimentos válidos, causados por um evento natural da vida humana.
Para a psicóloga do luto do Grupo Morada Marianna Simonetti, é importante salientar que cada pessoa lida com o luto no Dia de Finados de uma forma diferente e isso precisa ser respeitado. “Algumas pessoas preferem não se aprofundar tanto com relação a lembranças do ente querido para não ficar fragilizada e sofrer. É preciso que se respeite isso”, ressaltou.
Por outro lado, há aqueles que utilizam o dia 2 de novembro para realmente se dedicar à memória dos entes queridos que não estão mais aqui. “Alguns costumam visitar o cemitério, ver fotos antigas, falar das histórias dessas pessoas, ir a eventos religiosos dependendo da crença de cada um. Vivenciando o dia de maneira a enfatizar ainda mais a lembrança dos entes queridos, por isso chamamos de Dia da Lembrança”, destacou a psicóloga do luto.
A psicóloga explica, ainda, que o trabalho realizado com os clientes atua promovendo a reflexão sobre a vida e a morte. “É possível desconstruir a ideia da morte como algo ruim e mesmo sendo tão doloroso, é comum sentir o luto, mas também é necessário ressignificar essa dor”, Simonetti.
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